O escritor e poeta EDELSON NAGUES (nome literário de EDELSON RODRIGUES NASCIMENTO), colega Oficial de Justiça do TJDFT, venceu, recentemente, o X PRÊMIO LIVRARIA ASABEÇA, com o livro de poemas ?Águas de Clausura?. O concurso, parte das comemorações do 30º aniversário do Grupo Editorial Scortecci, consistiu na escolha de um livro de poesia por região, a serem publicados pela Scortecci Editora, com lançamento na 22ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, em agosto deste ano, e distribuição nacional. Foram mais de 380 livros inscritos no certame literário, de várias cidades brasileiras.
Outras conquistas literárias. Esta não é a primeira vitória de Edelson Nagues, nascido em Rondonópolis/MT e radicado em Brasília há quinze anos. De 2008 para cá, foram 25 premiações em concursos literários nacionais, tanto em poesia como em ficção (alguns dos quais, como o ?Escriba?, tradicional concurso de Piracicaba/SP, com mais de mil trabalhos concorrentes). Dentre as premiações do escritor e poeta mato-grossense, destacam-se: XX Concurso Nacional de Contos ?José Cândido de Carvalho? (2011, Campos dos Goytacazes/RJ), XXXIII Concurso ?Fellipe d?Oliveira? (2011, Santa Maria/RS), IV Concurso Nacional de Contos do SESC-Amazonas (2010, Manaus/AM), II Concurso ?Claudionor Ribeiro? de Contos (2011, Cachoeiro do Itapemirim/ES), Concurso Novo Milênio de Literatura (Vila Velha/ES, 2010), VI Desafio dos Escritores (Brasília/DF, 2010), Prêmio Literário ?Teixeira de Sousa? (Cabo Frio/RJ, 2010), Concurso Nacional de Contos de Porto Seguro/BA (2009), XL Concurso Literário ?Escriba? (Piracicaba/SP, 2009) e II Concurso Literário ?Rachel de Queiroz? (Brasília/DF, 2008), entre outros.
Publicações. Edelson Nagues tem textos publicados em diversas antologias literárias e em vários sites, blogs e revistas eletrônicas, na internet, e neste ano lançará dois livros. No primeiro semestre, o livro de contos premiados, ?DemasiadoHumano?, pela mesma Editora Scortecci, com lançamentos em São Paulo, Brasília e Cuiabá. No segundo semestre sairá o livro de poesia premiado no concurso da Livraria Asabeça, ?Águas de Clausura?.
Link do resultado do concurso:
E-mail:
edelnasc@yahoo.com.br
Blog:
www.senaoescrevodoi.blogspot.com
Alguns poemas do livro Águas de Clausura:
RESUMO
Não tenho nada a temer.
Por isso é que sou livre.
Não tenho tempo a perder.
Só vou aonde nunca estive.
MUNDOS
I
Solidão ? esse é o nome
do mundo a que pertenço.
Entre milhões, solitário,
carrego a vida in progress
e um projeto de morte.
Sem plano de voo que o valha,
entrego-me a tal desdita
como quem se fizesse escravo.
II
No trajeto, me deparo
com seres também solitários.
Traçamos, então, paralelas
que insistimos trilhar.
Mesmo que olhares, mãos,
gozos e outras ânsias
se cruzem por linhas incertas.
(Pois solidões que se toquem
ainda serão solidões.)
III
De onde vem o solitário?
Qual a linhagem? a essência?
o ponto de interseção?
A resposta, em parte,
acaba por revelar-se
na face de cada um:
o solitário, por certo,
vem de outro mundo
? o de dentro.
O resto é só disfarce.
CAUDAL
Singro o rio multifário
das verdades ocultas,
das hordas dissimuladas
desses homens absurdos.
Sinto-me também absurdo,
nestas águas de clausura.
E tanto ? sutil paradoxo ?,
que me liquefaço, inerme,
pela correnteza atroz.
Para que nasça, de mim,
um ser que resuma tantos,
como parte da carência,
como projeção em outros
tão iguais e tão diferentes
entre si, entre todos. Entre
fios de redes ancestrais,
que submetem ao destempo.
Este rio caudal, que anseia
um mar sereno (horizonte
obliterado): deságue
de seus veios transversais,
repletos de anomalias
em corpos boiando no limbo,
com a carne lacerada
pela negação e o desdém
de seres também anômalos.
Estranho que sou, de mim.
Eles (o espelho que evito)
me cindem e me englobam.
Eles me são. Enquanto sangro,
nas vagas da incompletude.
Às vezes, em versos vãos;
noutras, em orgasmos tristes
(gestos vagos, pela ausência
de um olhar que os ilumine).
Esperança per se:
seres em si e nos outros.
Mãos que assim delineiem
um mar ainda possível.
RESUMO
Não tenho nada a temer.
Por isso é que sou livre.
Não tenho tempo a perder.
Só vou aonde nunca estive.